terça-feira, 1 de abril de 2008

A PONTE DE WATERLOO

“Cada despedida é como se fosse uma eternidade.”


É o primeiro trabalho de Viven Leigh após “...E o Vento Levou”. À época, a Metro deu uma história e uma personagem que permitiram a ela empregar toda a sua graça e extensão dramática, apropriadas à fragilidade física e à expressividade do belo rosto desta atriz. É uma história água-com-açúcar, cheia de romance, de uma bailarina, Myra (Vivien Leigh), que conhece um oficial do exército britânico, Roy (Robert Taylor),na ponte de Waterloo, em Londres, durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Ela apaixona-se por ele (e ele por ela), no turbilhão dos tempos de guerra – ele parte e, quando ela pensa que ele foi morto em batalha, ela, por necessidade e desespero, prostitui-se. Daí, o que acontece então, quando ele volta e a reencontra nesta condição, é o clímax da história.

Esta não é uma ficção que fica situada entre os maiores filmes do cinema. É uma história simples, de duas pessoas que se apaixonam fortemente durante um período conturbado e que são separados incidentalmente, mais do que por uma barreira insuperável. A união desfaz-se aqui, um mal entendido ali – e o destino pior que a morte, como conseqüência. Mas, Vivien adequa-se perfeitamente ao papel da garota, com tamanha amplitude – desde a inocente e frágil bailarina até a uma vazia “andarilha das ruas” – ,com perfeita caracterização da personagem, e tanta naturalidade, que o filme ganha considerável substância com sua presença.

Robert Taylor, também, apresenta-nos uma performance surpreendentemente flexível e madura, como o jovem oficial, embora seu esforço maior esteja restrito a estar entusiasmado. Outros bons trabalhos são os de Virginia Field, como uma amiga dançarina (Kitty), Lucile Watson como a mãe aristocrática (Sra. Margaret Cronin)e C. Aubrey Smith, como o comandante inglês.

Mervyn LeRoy dirigiu o filme insistindo nos close-ups, de forma a dar ênfase ao romantismo entre os personagens, dando nuances engraçadas ao unir o início e o fim com o dias atuais na Inglaterra, além de nos brindar com uma sqüência soberba – uma dança com os amantes à luz de velas num cabaret na noite anterior à partida de Roy para o front - que permanecerá para sempre nas memórias de todo cinéfilo. De fato, "A Ponte de Waterloo” é isso – com Hollywood sabia fazer dramas românticos na década de 40.



A Ponte de Waterloo (Waterloo Bridge)
1940 – EUA - 108 min. – Preto e Branco – DRAMA
Direção: MERVYN LeROY. Roteiro: S. N. BEHRMAN, HANS RAMEAU E GEORGE FROESCHEL, baseado na peça homônima de ROBERT. E. SHERWOOD. Fotografia: JOSEPH RUTTENBERG. Montagem: GEORGE BOEMLER. Música: HERBERT STOTHART. Produção: SIDNEY FRANKLIN.

Elenco: VIVIEN LEIGH (Myra) ROBERT TAYLOR (Roy Cronin), LUCILE WATSON (Sra. Margaret Cronin), VIRGINIA FIELD (Kitty), MARIA OUSPENSKAYA (Madame Olga Kirowa) e C. AUBREY SMITH (Duque).


Trailer Original:


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Quo Vadis

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