sábado, 31 de maio de 2008

ARDIDA COMO PIMENTA

“Há alguma mulher aqui? Não, senhor. Somente índios.”


Calamity Jane (Doris Day) é uma garota que não dá a mínima para a aparência, não é nada vaidosa. Veste-se como um homem, chegando a ser masculinizada. Lida com indígenas e com os amigos do bar com muita destreza, no velho Oeste americano. Isso, até outra moça chegar na cidade. Quando Jane começa a competir com a forasteira Katie Brown (Allyn McLerie) pela atenção do tenente do exército Gilmartin (Philip Carey), ela sofre todo tipo de transformação – inclusive na forma de vestir-se e cantar. A mudança é para melhor. E, o fato dela rever seus sentimentos e voltar sua atenção para Bill Hickok (Howard Keel), melhora o enredo.

Água com açúcar? Claro. Bem como algumas das canções que Sammy Fain e Paul Francis Webster compuseram, tais como "It's Harry I'm Planning to Marry" e "Keep It Under Your Hat", são cantadas ao longo do filme aqui e ali. Melhor fica por conta de "My Secret Love", premiada com o Oscar e "The Black Hills of Dakota."

Doris Day está engraçada, mas também exagera na composição de Jane. – fica com a cara sisuda e brava ao longo do filme e caminha a passos largos como se estivesse pulando. O diretor David Butler provavelmente engessou-a e ela seguiu à risca – melhor se não tivesse feito isso. Ela atira para o alto com seu revólver, usa cordas, etc. Talvez pudesse nos dar uma performance mais elaborada, menos violenta, mais relaxada. A cenografia do filme também capricha na dose, mas em Technicolor agrada.

Além dela, Allyn McLerie, que tem um rosto de menina assustada, aparece meio estática nas cenas de dança. Howard Keel perde envergadura no filme, justamente por conta dos excessos de Doris Day. Entretanto, tudo fica engraçado quando ela toma os ares de mulher e sossega.

Neste musical, a Warner esperava repetir em Doris Day como Betty Hutton, em “Annie Get Your Gun”, escalando o mesmo Howard Keel, que teve a mesma missão de domar a moçoila Betty – o que acontece com Jane neste filme. Para assistir num final de tarde, de forma descompromissada.



"Ardida Como Pimenta" (Calamity Jane)
1953 – EUA - 101 min. – Colorido – COMÉDIA
Direção: DAVID BUTLER. Roteiro: JAMES O´HANLON. Fotografia: WILFRID M. CLINE. Montagem: IRENE MORRA. Música: DAVID BUTTOLPH e HOWARD JACKSON. Produção: WILLIAM JACOBS, para WARNER BROS.

Elenco: DORIS DAY (Calamity Jane), HOWARD KEEL (Bill Hickok), ALLYN McLERIE (Katie Brown), PHILIP CAREY (Gilmartin), DICK WESSON (Francis Fryer), PAUL HARVEY (Henry Miller), CHUBBY JOHNSON (Rattiesnake)e GAIL ROBBINS (Adelaid Adams).

Trailer Original:


Do mesmo diretor:



Paris em Abril

3 comentários:

Marcel Gois disse...

Não conhecia esse filme. Engraçado como desde aquela época os tradutores já eram espirituosos. "Ardida como Pimenta" é ótimo! kkkkkkkkkkkkkk =D

Pedro Henrique Gomes disse...

Não vi o filme, mas adoro quando os amigos blogueiros escrevem sobre filmes clássicos e personalidades inesquecíveis. Parabéns!

Abraço!

Isabela disse...

Não tenho palavras para definir o quanto eu amo esse filme.