terça-feira, 7 de outubro de 2008

SUPERMAN - O FILME

“Eu nunca bebo quando voo.”


O tamanho do espetáculo já é anunciado na introdução dos créditos, que mais parece a abertura de uma ópera wagneriana. O prólogo transcorre no planeta Krypton, onde o conselheiro Jor-El (Marlon Brando) anuncia uma catástrofe iminente; como os demais integrantes do grupo acham a previsão um exagero, obrigam-no a jurar que nem ele e sua esposa abandonarão o planeta. Enviam, então, seu filho Kar-El numa cápsula de salvamento em direção à Terra. Portanto, o garoto converte-se no único sobrevivente de seu povo, como havia profetizado seu pai. Destruído Krypton, Kar-El, já na Terra, é acolhido por pais adotivos e converte-se em Clark Kent (Christopher Reeve).O diretor, Richard Donner, concebeu o personagem de Superman como um genuíno mito norte-americano e assim o conduziu na tela, com gravidade, dimensões épicas e numerosas facetas que destacavam o caráter irretocável do garoto extraterreno. Diferentemente de Richard Lester, que dirigiu as seqüências I e II recorrendo mais ao lado cômico, Donner permitiu que seu herói fosse um menino que suportasse os insultos de seus companheiros e renunciasse a seus poderes, porque seu pai e mãe assim o haviam ensinado. Ao longo do filme, como protetor da Terra, ganha o respeito dos terráqueos e gratidão por ter evitado o caos - sem esquecer o amor de Lois Lane, (Margot Kidder), um prêmio merecido por ter salvado o mundo.

A direção de Donner não se limita a projetar na tela os conhecidos motivos da saga de Superman. Tira proveito do dinamismo que o cinema permite frente à estática dos gibis – nos quais os editores têm que recorrer a artifícios gráficos e onomatopéias para representar os movimentos do herói – e joga todo seu conhecimento. Até os maiores aficionados dos quadrinhos desfrutam assistindo ao herói cruzando o céu com Lois Lane nos braços, lançando-se velozmente no espaço ou usando suas habilidades para evitar que uma parte da Califórnia seja separada do continente.

Logo no inicio, Donner começa a dar as cartas. “Ilustra” o filme, enfatizando a diferença do formato convencional para o cinemascope: sinaliza sua força, dá mostras de sua capacidade para a representação de um grande espetáculo e, deslizando pelo espaço à velocidade da luz com a câmara livre de amarras, embarca o público numa viagem que não pode fazer a lugar nenhum, exceto nas telonas. Na realidade, o Superman somente pode voar nos filmes. E verdade seja dita: dificilmente haverá um Superman, como Christopher Reeve, e nem uma Lois Lane, como Margot Kidder. Diversão sempre.



"Superman – O Filme" (Superman: The Movie)
1978 – EUA - 143 min. – Colorido – FICÇÃO CIENTÍFICA
Direção: RICHARD DONNER. Roteiro: MARIO PUZO, DAVID NEWMAN, LESLIE NEWMAN, ROBERT BENTON, TOM MANKIEWICZ E NORMAN ENFIELD, baseado nos quadrinhos de HERRY SIEGEL E JOE SHUSTER. Fotografia: GEOFFREY UNSWORTH. Montagem: SUART BAIRD E MICHAEL ELLIS. Música: JOHN WILLIAMS. Produção: ALEXANDER SALKIN E PIERRE SPENGLER para DOVEMEAD FILMS, ALEXANDER SALKIN, FILM EXPORT A.G. E INTERNATIONAL FILM PRODUCTION.

Elenco:
CHRISTOPHER REEVE (Superman/Clark Kent), MARGOT KIDDER (Lois Lane), MARLON BRANDO (Jor-El), GENE HACKMAN (Lex Luthor), NED BEATTY (Otis), JACKIE COOPER (Perry White), GLENN FORD (Pa Kent), TREVOR HOWARD (senador), MARIA SCHELL (Vond-Ah), TERENCE STAMP (general Zodd) e VALERIE PERRINE (Eve Teschmacher).

Prêmios:
Oscar Especial de Efeitos Especiais (Les Bowie, Colin Chilvers, Denys N. Coop, Roy Field, Derek Meddings e Zoran Perisic)/1978.

Cenas do Filme:


Do mesmo diretor:



O Feitiço de Áquila

9 comentários:

Hugo disse...

Diversão de primeira qualidade, com Christopher Reeve interpretando o papel de sua vida.
A refilmagem infelizmente nem chegou perto do original.

Abraço

Fábio Rockenbach disse...

PQPariu Jacques, é covardia postar sobre Superman 1... quero ver escrever sobre Superman 4.
Tenho as versões recentemente lançadas dos dois primeiros filmes, e por mais que goste de Superman 2, a melhor parte do filme é a nova introdução, onde resumem todo o primeiro filme durante os créditos iniciais...
E o salvamento de Lois na primeira aparição do Superman é momento de ontem e sempre do cinema.. pqp

Miriam disse...

Nossa!!!! Quantos meninos usaram a roupinha do Batman na década de 80, fiz até aniversário com esse motivo. Foi um sucesso insuperável.
Beijos.

Jacques disse...

Hugo, é verdade, não chegou aos pés. Como disse, a versão Reeve de Superman é a definitiva.

Fabio, tenho o Box com todos; quanto ao S-IV, está na fila para comentar.Valeu!

Miriam, todo aniversário eu usava uma roupa de super herói..rs . Beijos

Anônimo disse...

Tá aí um filme que eu preciso rever, vi muito gurizinho e lembro que me interessei. Acho que a relação mais recente que eu tive com el efoi rever o Marlon Brando no novo filme da saga.

PS: O Feitiço de Áquila é um filme que marcou minha infância mas nunca mais o vi, tenho muita vontade, eu tenho que parar de ter vontades e ver os filmes, rs.

Cecilia Barroso disse...

Acho difícil aparecer outro Superman depois de Christopher Reeve.
O filme é divertido e marcou a minha infância, mas as continuações são de matar um de raiva. Quanto maior o número, maior a dor...

Beijocas

Pedro Henrique Gomes disse...

Esse é único filme da franquia que eu gostei. Inclusive tenho poucas lembranças dos outros.

Abraço!

Kaue disse...

Jacques, não sou muito ligado em filmes de super-heróis. Estou tentando me interar mais, hahahaha. Não vi esta versão de Superman, mas espero que seja melhor que aquele novo que lançaram há um tempinho atrás.

Abs.

Kaue disse...

Só pra completar: minha mãe AMA O Feitiço de Áquila e me fez assistí-lo esses dias. Muuuuito legal!!