O tamanho do espetáculo já é anunciado na introdução dos créditos, que mais parece a abertura de uma ópera wagneriana. O prólogo transcorre no planeta Krypton, onde o conselheiro Jor-El (Marlon Brando) anuncia uma catástrofe iminente; como os demais integrantes do grupo acham a previsão um exagero, obrigam-no a jurar que nem ele e sua esposa abandonarão o planeta. Enviam, então, seu filho Kar-El numa cápsula de salvamento em direção à Terra. Portanto, o garoto converte-se no único sobrevivente de seu povo, como havia profetizado seu pai. Destruído Krypton, Kar-El, já na Terra, é acolhido por pais adotivos e converte-se em Clark Kent (Christopher Reeve).O diretor, Richard Donner, concebeu o personagem de Superman como um genuíno mito norte-americano e assim o conduziu na tela, com gravidade, dimensões épicas e numerosas facetas que destacavam o caráter irretocável do garoto extraterreno. Diferentemente de Richard Lester, que dirigiu as seqüências I e II recorrendo mais ao lado cômico, Donner permitiu que seu herói fosse um menino que suportasse os insultos de seus companheiros e renunciasse a seus poderes, porque seu pai e mãe assim o haviam ensinado. Ao longo do filme, como protetor da Terra, ganha o respeito dos terráqueos e gratidão por ter evitado o caos - sem esquecer o amor de Lois Lane, (Margot Kidder), um prêmio merecido por ter salvado o mundo.
A direção de Donner não se limita a projetar na tela os conhecidos motivos da saga de Superman. Tira proveito do dinamismo que o cinema permite frente à estática dos gibis – nos quais os editores têm que recorrer a artifícios gráficos e onomatopéias para representar os movimentos do herói – e joga todo seu conhecimento. Até os maiores aficionados dos quadrinhos desfrutam assistindo ao herói cruzando o céu com Lois Lane nos braços, lançando-se velozmente no espaço ou usando suas habilidades para evitar que uma parte da Califórnia seja separada do continente.
Logo no inicio, Donner começa a dar as cartas. “Ilustra” o filme, enfatizando a diferença do formato convencional para o cinemascope: sinaliza sua força, dá mostras de sua capacidade para a representação de um grande espetáculo e, deslizando pelo espaço à velocidade da luz com a câmara livre de amarras, embarca o público numa viagem que não pode fazer a lugar nenhum, exceto nas telonas. Na realidade, o Superman somente pode voar nos filmes. E verdade seja dita: dificilmente haverá um Superman, como Christopher Reeve, e nem uma Lois Lane, como Margot Kidder. Diversão sempre.
"Superman – O Filme" (Superman: The Movie)
1978 – EUA - 143 min. – Colorido – FICÇÃO CIENTÍFICA
Direção: RICHARD DONNER. Roteiro: MARIO PUZO, DAVID NEWMAN, LESLIE NEWMAN, ROBERT BENTON, TOM MANKIEWICZ E NORMAN ENFIELD, baseado nos quadrinhos de HERRY SIEGEL E JOE SHUSTER. Fotografia: GEOFFREY UNSWORTH. Montagem: SUART BAIRD E MICHAEL ELLIS. Música: JOHN WILLIAMS. Produção: ALEXANDER SALKIN E PIERRE SPENGLER para DOVEMEAD FILMS, ALEXANDER SALKIN, FILM EXPORT A.G. E INTERNATIONAL FILM PRODUCTION.
Elenco:
CHRISTOPHER REEVE (Superman/Clark Kent), MARGOT KIDDER (Lois Lane), MARLON BRANDO (Jor-El), GENE HACKMAN (Lex Luthor), NED BEATTY (Otis), JACKIE COOPER (Perry White), GLENN FORD (Pa Kent), TREVOR HOWARD (senador), MARIA SCHELL (Vond-Ah), TERENCE STAMP (general Zodd) e VALERIE PERRINE (Eve Teschmacher).
Prêmios:
Oscar Especial de Efeitos Especiais (Les Bowie, Colin Chilvers, Denys N. Coop, Roy Field, Derek Meddings e Zoran Perisic)/1978.
Cenas do Filme:
Do mesmo diretor:

O Feitiço de Áquila
9 comentários:
Diversão de primeira qualidade, com Christopher Reeve interpretando o papel de sua vida.
A refilmagem infelizmente nem chegou perto do original.
Abraço
PQPariu Jacques, é covardia postar sobre Superman 1... quero ver escrever sobre Superman 4.
Tenho as versões recentemente lançadas dos dois primeiros filmes, e por mais que goste de Superman 2, a melhor parte do filme é a nova introdução, onde resumem todo o primeiro filme durante os créditos iniciais...
E o salvamento de Lois na primeira aparição do Superman é momento de ontem e sempre do cinema.. pqp
Nossa!!!! Quantos meninos usaram a roupinha do Batman na década de 80, fiz até aniversário com esse motivo. Foi um sucesso insuperável.
Beijos.
Hugo, é verdade, não chegou aos pés. Como disse, a versão Reeve de Superman é a definitiva.
Fabio, tenho o Box com todos; quanto ao S-IV, está na fila para comentar.Valeu!
Miriam, todo aniversário eu usava uma roupa de super herói..rs . Beijos
Tá aí um filme que eu preciso rever, vi muito gurizinho e lembro que me interessei. Acho que a relação mais recente que eu tive com el efoi rever o Marlon Brando no novo filme da saga.
PS: O Feitiço de Áquila é um filme que marcou minha infância mas nunca mais o vi, tenho muita vontade, eu tenho que parar de ter vontades e ver os filmes, rs.
Acho difícil aparecer outro Superman depois de Christopher Reeve.
O filme é divertido e marcou a minha infância, mas as continuações são de matar um de raiva. Quanto maior o número, maior a dor...
Beijocas
Esse é único filme da franquia que eu gostei. Inclusive tenho poucas lembranças dos outros.
Abraço!
Jacques, não sou muito ligado em filmes de super-heróis. Estou tentando me interar mais, hahahaha. Não vi esta versão de Superman, mas espero que seja melhor que aquele novo que lançaram há um tempinho atrás.
Abs.
Só pra completar: minha mãe AMA O Feitiço de Áquila e me fez assistí-lo esses dias. Muuuuito legal!!
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