sábado, 17 de maio de 2008

INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA

“Arqueologia é a busca de fatos...não da verdade.”


Como estamos próximo da estréia do mais novo (e talvez o último, de fato) filme de Indiana Jones, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal", achei por bem fazer meus comentários sobre o último (agora, o penúltimo) da saga, na expectativa de que sejam repetidas todas aquelas aventuras que tornaram a trilogia uma das melhores do cinema. A fórmula mágica dos filmes de ação consta de três elementos: um homem independente e inconformado que enfrenta os perigos do mundo; uma mulher atraente que possui, no início, uma atitude desafiadora, mas que no fim fica submissa e cuja emoção faz com que o herói se envolva constantemente em situações difíceis; e, em terceiro, talvez um órfão ou um amigo cuja vida foi salva pelo herói, que introduz uma variação na trama e acaba sendo seu cúmplice contra sua vontade.

Em "Indiana Jones e a Última Cruzada", a terceira e última parte da trilogia de Indiana Jones, o pai do arqueólogo é quem completa e enriquece a constelação de personagens que povoam os filmes anteriores de "Indy". "Os Caçadores da Arca Perdida" (1981) tratava sobre a recuperação da arca da Aliança, o receptáculo que continha as tábuas dos Dez Mandamentos, que havia caído nas mãos dos nazistas. Mas, agora, estamos em 1938 e Jones (Harrison Ford) sai em busca do Santo Graal, no qual se combinam a pedra filosofal e o cálice de onde escorreram as últimas gotas de sangue de Cristo. O Graal é muito cobiçado porque garantia a vida eterna e o poder absoluto.

De novo, os nazistas são os grandes inimigos de Indiana Jones, mas o filme fica centrado no personagem do Dr. Jones: conhecemos Indy em sua juventude, um garoto aventureiro (River Phoenix) que já lutava por tesouros de valor incalculável; descobrimos a origem de seu chapéu, seu chicote, o medo de cobras e seu nome. E, conhecemos seu pai, Henry (Sean Connery), que também é arqueólogo e que tem dedicado sua vida em busca do Graal, não por querer aventurar-se ou pelo desejo de conseguir fama ou alguma recompensa, mas sim para salvar o Santo Graal da profanação pela cobiça alheia.

O diretor Steven Speilberg, até então o garoto prodígio do cinema norte-americano, resumiu da seguinte maneira o trabalho de sua vida:"Como todos os meus filmes, trata da busca. O protagonista do filme pode ser um garoto normal, sair do ponto A em direção a uma emocionante aventura que se desenvolve no ponto B e, pelo caminho, ir deparando-se com numerosos perigos. Basicamente, todas as aventuras de Indiana Jones pertencem ao mesmo gênero dos autênticos road movies.

Porém, a inclusão de uma história familiar e a evolução do protagonista de escoteiro a aventureiro, dá ao filme uma dimensão inédita em relação aos dois primeiros episódios da saga: a exploração psicológica dos protagonistas. Em sua busca, que os leva a Veneza, Berlim (com breve aparição de Hitler), um castelo mal assombrado próximo a Salzburgo e o esconderijo clandestino do Graal, em um deserto das Arábias, pai e filho seguem caminhos distintos. Algumas vezes, um leva vantagem sobre o outro e vice-versa, mas, à medida que o filme avança, as ações de "Indy" cada vez são mais motivadas por preocupação com seu pai.

Graças a esta relação entre pai e filho, o filme supera sem esforços os anteriores - e as imitações posteriores. Jones pai e Jones filho têm a oportunidade de reeducar-se mutuamente e o fato de que os dois haviam se apaixonado pela mesma mulher (e ambos foram enganados por ela) não é motivo de ciúme e discussões, como se poderia esperar, mas sim de respeito mútuo.

O chamado complexo de Édipo é superado no filme de Spielberg: durante as dificuldades de sua aventura, ambos têm a chance de estabelecer uma relação harmoniosa entre eles. O mesmo pode ser dito do conceito cinematográfico do herói: se o James Bond de Sean Connery representou bem a seriedade e a ironia sobre a própria conduta nas décadas de 60 e 70, Harrison Ford representa a resolução hiper ativa e quase febril dos anos 80. Em "Indiana Jones e a Última Cruzada" são superadas todas as contradições.



Indiana Jones e Última Cruzada" (Indiana Jones and the Last Cruzade)
1988 – EUA - 127 min. – Colorido – AVENTURA
Direção: STEVEN SPIELBERG. Roteiro: JEFFREY BOAM, baseado em argumento de GEORGE LUCAS e MENNO MEYJES. Fotografia: DOUGLAS SLOCOMBE. Montagem: MICHAEL KAHN. Música: JOHN WILLIAMS. Produção: GEORGE LUCAS e ROBERT WATTS, para LUCASFILMS LTD.

Elenco: HARRISON FORD (Indiana Jones) SEAN CONNERY (professor Henry Jones),DENHOLM ELLIOTT (Dr. Marcus Brody), ALISON DOODY (Dr. Elsa Schneider), JOHN RHYS-DAVIES (Sallah), JULIAN GLOVER (Walter Donovan), RIVER PHOENIX (jovem Indiana Jones), MICHAEL BYRNE (Vogel), KEVORK MALIKYAN (Kazim) e ALEXEI SAYLE (Sultan).

Prêmios:
Oscars de Melhores Efeitos Sonoros(Ben Vurtt e Richard Hyms)/1981.

Trailer Original:


Assista também:




Os Caçadores da Arca Perdida

7 comentários:

Red Dust disse...

O meu preferido continua a ser o primeiro filme de Indy.

No entanto, foi muito bem pensado colocar Sean Connery a fazer de pai neste terceiro filme. Não só refrescou a história, como lhe deu outro tipo de dimensão. Porque o resto continua lá: grandes cenas de acção ou os diálogos pautados por um peculiar humor.

Abraço.

Anônimo disse...

Adoro! Muito legal, mesmo que não o meu preferido! :)

Unknown disse...

Assisti aos três neste fim de semana, preparando-me para fazer a cabine de imprensa na terça-feira. Sou fãzaço da série.

Pedro Henrique Gomes disse...

Todo lugar que vou vejo alguma coisa relacionada a Indiana Jones. Não aguento mais esperar pelo novo filme. Esse eu adoro e acho o mais fraco da série.

Abraço!!

Robson Saldanha disse...

Estou pra alugar os três filme pra assim poder ver a nova estréia com mais calma e mais empolgação, quem sabe!

=P

Cecilia Barroso disse...

Também acho que esta continuação superou os outros dois. Connery e Ford estão ótimos como pai e filho.
Estou ansiosa...
Beijocas

Anônimo disse...

Red, foi muito bem sacada mesmo a escolha de Sean para o papel de pai do herói. Consolidou o equiíbrio que a série já possuáa. Abcs

Louis, caso vc análise a trilogia, poderá achar algo não ok aqui ou acolá, mas o conjunto todo chega a um patamar muito superior àquele atingido por muitos outros filmes de Aventura.

Tito, junte-se á legião de fãs da saga. Abcs.

Pedro, talvez o mais fraco da trilogia seja o segundo.

Robson, não perca.Abs

Cecília, concordo, lembrando que o primeiro é algo único e brilhante. Abcs