domingo, 16 de novembro de 2008

ADEUS DULCE

Primeira mulher brasileira a tornar-se correspondente em Hollywood na década de 50, morreu no último domingo, dia 9, a jornalista Dulce Damasceno de Brito aos 82 anos, debilitada pelo mal de Parkinson contra o qual lutava há 20 anos. Sua importância para o jornalismo foi inegável, uma vez que atuava um seleto grupo de profissionais durante um período em que Hollywood ainda se encontrava no auge de suas produções. Ela ficou conhecida por sua amizade com Carmem Miranda e por entrevistar diversas celebridades da época, tais como Marlon Brando, Kim Novak, Gregory Peck, entre vários outros que chegavam ao público através das revistas Cinelândia e Cruzeiro. Em suas reportagens, alimentou um pouco da admiração que os brasileiros tinham com o star system de Hollywood.

Segundo dizem, era raro alguém que se negasse a conceder uma entrevista com Dulce.De fato, além do seu talento, com certeza havia o “jeitinho brasileiro”, pois as dificuldades em se furar o bloqueio aos artistas daquela época eram grandes - os tempos eram outros e as estrelas eram muito mais fechadas e tudo era feito para blindá-los. De forma respeitosa, foi conquistando a amizade de muitos atores e atrizes norte-americanos, auto intitulava-se mais uma fã do que crítica. Tanto é que morou por mais uma década em Holywood. Atualmente, ela assinava uma coluna na Revista Set. Ela ditava e seu amigo o diretor de cinema e escritor Alfredo Sternheim escrevia. Ainda é autora dos livros Hollywood: Nua e Crua (Volumes 1 e 2) , O ABC de Carmem Miranda e Lembranças de Hollywood.


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6 comentários:

Miguel Andrade disse...

Jacques, o falecimento de Dulce é, acima de tudo, mais um pouquinho do fim de uma era gloriosa...

Pedro Henrique Gomes disse...

Muito foda. Fiquei sabendo agora pouco. Grande perda para o jornalismo (de cinema).

Kau Oliveira disse...

Linda e merecida homenagem. Dulce Damasceno vai fazer falta... ela e seus belos textos!

Abraços, Jacques!

Alyson Santos disse...

Como diria a Dolly do "Procurando Nemo": Puxa, que barra!
Uma pena, mas ainda a homenagem é digna, claro.

Abraços!

Jacques disse...

Miguel, é verdade. Embora fosse uma crítica pouco severa, era única.

Pedro, com certeza uma grande perda.

Kau, mas ficam seus livros para os fãs...

Alyson, foi triste realmente. Mas até o fim, manteve-se fiel àquilo que sabia fazer - falar sobre cinema.

Hugo disse...

Fiquei conhecendo Dulce lendo seus textos na Revista Set... é uma pena sua partida, ela nos brindou com detalhes e curiosidades interessante da era de ouro de Hollywood.

Abraço